SUPERVAMPIRO

21.05.2013 09:29

 

 
 
Supervampiro 
 O supermercado Supervampiro ficava na fronteira, no bairro Morto-Vivo, Bolha só ia lá porque por estar na fronteira eles exportavam produtos humanos, por mais que não parecesse necessário, poucos, geralmente uma estante ou duas, nada de demais. 
 Mas também não era o fim do mundo, já que a batatinha sabor churrasco, carne e frutas que vendiam lá ele podia comer, mesmo não estando na prateleira. 
 O único problema era ir, tinham que ir a pé para descer aquele morro do castelo, e depois pegar o ônibus do bairro Morto-Vivo descer e andar, e isso era um inferno! E fazer tudo aquilo de novo na volta. 
- Ah não! Não estou com a mínima vontade de ir para o supermercado! – disse Louis deitado. 
- Louis, Luís e Armand, aqui estão suas roupas. – disse Aquilina que estava com um vestidinho rosa, e entregou o resto das roupas para os garotos. 
 Todos colocaram calças jeans. Luís e Louis foram até o quarto dos beliches e Armand para o quarto da Bolha. Armand colocou uma blusa do Albert Einstein com a língua verde e um tênis do vampirinho feliz que ficava ridículo, já que seu pé era 37. 
 Louis colocou seu tênis preto e vermelho e uma camisa polo vermelha com o símbolo de um dente com sangue. 
- Ótimo para matemática! – falou Luís apontando para símbolo Louis sorriu. 
 Luís já estava com o seu All-Star vermelho novamente e uma camisa verde. 
 Aquilina andava sem parar com suas sapatilhas rosas. 
- Vamos, o meu novo carro está na garagem do colégio. – disse Bolha com as chaves. 
- Ah é! Esqueci completamente do carro! – disse Louis para Luís. 
 Ainda era noite, afinal eles tinham ido a um sábado. Eles no escuro foram até um carro cinza. 
- Uau! – disse Louis. – É melhor ainda ao vivo e em cores!
 Louis saiu correndo para ver o carro e Luís foi atrás. 
- Garotos! – disse Aquilina. 
- Concordo! – disse Armand, que foi junto com a Bolha e Aquilina. 
 Aquilina se sentou na frente junto com Bolha que sentou no lugar do motorista, e os meninos atrás. 
- Carro bonito Bolha! – disse Louis que estava no meio. 
- É mesmo! – disse Luís que estava na janela atrás de Aquilina. 
- Gente só é um carro! –disse Armand, que estava na janela de Bolha encima de um cadeirão para crianças mais velhas. 
- Armand, isso é mesmo necessário? – perguntou Luís. 
- É! Você não agia como bebê antes! – disse Louis. 
- Claro que é, se eu tiro 1,1 sou bebê! – disse Armand olhando a janela.
- Drama! –disse Louis olhando para Luís. 
- E também é por segurança. – disse Armand. 
- Segurança, eu e o Luís nem estamos usando o cinto. Armand você é tão baixo que nem com o cadeirão consegue ficar mais alto do que eu. – disse Louis. 
- Bebês coloquem o cinto de segurança! –disse Bolha. 
- Viu Louis, cortou o nosso barato! –disse Luís colocando o cinto. 
- Eu não disse que é importante! –disse Armand que se voltou para a janela. 
 Armand pegou um livro de história. 
- Olha onde errei! Sou um burro! Burro! – disse Armand batendo em sua testa. 
 Os dois garotos quase se mataram de tanto rir e Armand continuava repetindo o gesto cada vez que errava. E os garotos riam mais. 
- Calados! –disse Aquilina lá na frente. 
- Desculpe Aquilina. – disse Luís. 
- Tá legal! –disse Aquilina, emburrada. 
 Eles finalmente chegaram ao supermercado e os 3 garotos pegaram um carrinho pequeno enquanto Bolha pegou um enorme. 
- Aquilina venha comigo, Armand precisa ir com os meninos para ver como os garotos de hoje em dia agem. – disse Bolha. 
- Os garotos de hoje em dia agem como manés? – perguntou Armand sarcasticamente. 
- Hahaha! – disse Louis. 
- Pelo menos não fomos nós que tiramos 1,1 e ficamos para recuperação! – disse Luís. 
- Boa! – disse Louis. 
- Parem agora, cuidem bem do Armand! –disse Aquilina indo com Bolha. 
- Ei, você está dizendo eu cuidar deles né? – disse Armand. – Verdade! Eu sou um garoto! Eu não sou um bebê. Só gosto dessas coisas porque acho que dão segurança e porque sou inteligente, mas bebê não!
- Esse é nosso Armand! – disse Luís. 
- Não é não! –disse Louis. 
 Eles foram para os corredores das besteiras. 
- Hum batatinha sabor churrasco, hum frango grelhado! Nossa! – disse Luís enfiando as batatinhas no carrinho enquanto Louis fazia o mesmo. 
- As batatinhas têm muitas gorduras trans. Não querem comer batatas light? – disse Armand pegando um pacote de batata light sabor churrasco. 
- Que batata light o que! – disse Louis. 
- Nós queremos comida de verdade! – disse Luís. 
- Então tá, mas só vão comprar uma cada! – disse Armand pegando todas as batatas e quase deixando cair. 
- Quero a de sangue AB+! – disse Louis pegando ela das mãos de Armand. – Vem para cá batatita! O homem mal já foi! 
- E você Luís? – perguntou Armand. 
- Eu quero a de churrasco! – disse Luís pegando a batata e colocando em seu carrinho. 
- Tá legal, agora a próxima coisa a comprar é… - disse Armand olhando a lista. 
- Chocolate! – disse Louis que junto com Luís saíram correndo para o setor de chocolate. – Hum! Chocolate recheado com sangue AB+! Vou levar! Olha esse bombom de sangue… 
- Sem chocolate! Só um! – disse Armand. 
- Não tem chocolate puro. O mais puro que tem, tem base de sangue. – disse Luís que colocou o chocolate no lugar. – Vou para o setor de produtos humanos. 
 Luís começou a ver. Não tinha muita coisa, só comida. Uma ou duas marcas de cada coisa. Luís pegou uma barra de chocolate comum, e do lado só tinha mais duas sabor castanhas e chocolate branco. Ele colocou a barra no carrinho e começou a ver outros produtos. Pegou biscoitos de nata, aveia, cereal, leite e bolinho, entre outras coisas que a própria Bolha tinha pegado, ela encontrou com Luís no corredor. 
- Olá Luís! – disse Bolha que pegou espaguete e macarrão da estante dos humanos. 
- Oi Bolha, vou lá encontrar com o Louis. – disse Luís saindo correndo com o carrinho e pegando velocidade. – Ah! O Louis disse para eu comprar a sua farofa de sangue ralado com farinha! 
 Luís foi normalmente até o setor de farinha, arroz, feijão entre outros. Começou a ver tudo, olhar e não percebia as pessoas, até ver uma garota abaixada. 
- Parece com a… Camilla! – disse Luís que saiu correndo pelo supermercado. Seus pés ficavam agitados e seu carrinho corria mais do que nunca correu, batia em outros carrinhos até esbarrar em um vampiro e cair no chão. 
 O vampiro deu a mão gelada e com unhas amarelas e longas. Luís deu a mão e subiu. 
- Olhe melhor por onde anda, não é todo mundo que vai te ajudar. – disse o homem que estava na fila para pagar. 
- Me desculpe. – disse Luís que entregou sua carne que estava em uma sacola de plástico transparente. 
- Onde você estuda? – perguntou o homem. 
- Ah, no colégio de vampiros, um internato. – disse Luís. 
- Poderia se infiltrar no mundo dos humanos quando quisesse seus caninos não são grandes e nem pontudos. Espero que cresçam, vai precisar deles se for embora de Vampirecity. – disse o homem. – Meu nome é Rafael. 
- É que eu sou humano Rafael. É uma longa história, e provavelmente nem a com a fila do caixa da para contar. Falando nisso você é o próximo. – falou Luís. – Tchau!
- Tchau! Qual é seu nome? – perguntou Rafael. 
- Luís, Luís Sebastian. – disse Luís que já tinha partido com o carrinho, mas parou. 
 Luís andou calmamente, até que viu novamente Camilla no setor dos molhos e quase teve um treco, pois ela o viu. Ele voltou a correr até esbarrar em Louis. 
- Olhe para onde anda! – disse Louis. – Ah! É você Luís, o que foi? 
- A… a… - disse Luís ofegante e suando. 
- Aa? – perguntou Louis com cara de quem não entendia. 
- A Camilla, Camilla. – disse Luís. 
- Esquece essa garota! – falou Louis. 
- Ela está aqui! No corredor dos molhos, mas deve estar me perseguindo. – disse Luís preocupado e entrou para o corredor. 
-Está vendo assombração Luís, eu até agora não vi elaaaaa! – disse Louis, os dois saíram correndo quando a viram. – Verdade ela está te seguindo. 
 Louis estava ofegante. Luís também, o suor escorria do cabelo dos dois e ele estava encharcado. 
 Armand veio até os dois enfurecido. 
- Estava procurando os dois para comprar o meu iogurte matinal de sangue O-, o meu preferido! – disse Armand passando a língua nos lábios, até quando a feriu com os seus caninos. – Aí!
- A minha ex-namorada está aqui. – disse Luís, olhando para todos os lados. 
- Sempre foi ex, vocês só se beijaram naquela vez, e você fez uma cara… - disse Louis olhando para um lado. 
- E o que tem se sua ex-namorada está aqui? – perguntou Armand. 
- O que tem é que eu briguei com ela na excursão, pior do que na festa. – disse Luís.
 Depois Aquilina foi falar com os três. 
- Por que vocês não estão fazendo compras? – perguntou Aquilina, com raiva. 
- A Camilla está aqui! – disse Luís segurando nos ombros da Aquilina. 
- A Camilla, aquela garota que você “namorou” e ela te dispensou? – perguntou Aquilina. 
- É! Isso! Certinho! – disse Luís com ênfase. - Vamos, temos que nos esconder... Ela! 
 Todos os quatro saíram correndo com os carrinhos. Aquilina pulou encima do carrinho de Armand que tinha pegado velocidade e decidiu que ia fazer o mesmo. Já Luís e Louis colocaram pés na lateral do carrinho e usaram como um patinete pegando impulso e dando direção. 
 Estava quase no fim do supermercado e o último corredor estava perto, depois disso só tinha a entrada para funcionários, Luís e Louis viraram para o último corredor, enquanto Aquilina e Armand passaram pela porta dos funcionários e se espatifaram na parede de lá. 
 Os funcionários ficaram bastante bravos, Luís e Louis voltaram para porta que estava aberta e ficaram rindo. Aquilina saiu voando até bater em uma promoção de batata e cair e afundar nelas. 
 Louis deitou no chão de tanto rir, Camilla os viu e Luís ao invés de fugir, ficou no mesmo local a encarando. Bolha foi lá ver o que estava acontecendo ela ficou furiosa e apertou as orelhas de Louis e de Luís. 
- A culpa foi da Aquilina e do Armand, eles que perderam o freio! – disse Louis, Bolha os soltou os dois, e eles colocaram a mão nas orelhas. E Bolha levantou Aquilina e Armand. 
- Vamos! Vocês não sabem a vergonha que me fizeram passar! – disse Bolha. Eles foram até o caixa, onde estava uma fila. 
- Aí, que fila! – disse Louis. 
- A fila anda! – disse Luís. Quando chegou a vez deles, deu mais ou menos 3 carrinhos grandes e Luís foi ver a conta. 
- Nossa 500 vampireais! Isso é um absurdo! – disse Luís ainda olhando a tela do computador. 
- Compramos bastante! – disse Louis. – Tudo o que eu preciso para ter uma glicose boa!
 Louis pegou sua barra de chocolate e a abriu lá mesmo se deliciando com o sangue AB+ que escorria dela, ele ficava lambendo. 
- Não coma muito chocolate ou vai passar mal! – disse Armand. 
 Eles foram para o carro, colocaram tudo na bagagem, e logo no meio do percurso, Louis já tinha devorado toda a barra de chocolate. 
- Louis! Estava com fome! – disse Luís. 
- Louis, não podia comer isso tudo! – disse Bolha, lá da frente. 
- O que pode acontecer?! – perguntou Louis lambendo os lábios.